Quando eu falo que gosto de retrocomputação, a maioria das pessoas assume que eu estou falando de TK90X e MSX. Mas para mim esses aí não são retrocomputação, são só computação. Eu usei essas máquinas quando elas eram o que havia de melhor (na minha faixa de preço). Antes delas, porém, teve uma época mágica onde computadores eram grandes, barulhentos e ocupavam salas inteiras!
Sempre que eu estou viajando por aí, aproveito a oportunidade para visitar museus de ciência e conhecer esses grandes retrocomputadores do passado. Mas só ver de perto eu não acho tão legal, o que completa a experiência é entender como eles funcionam! Minha idéia original era falar sobre todos os retrocomputadores que já conheci, mas, como ficaria muito grande, vou começar só com os retrocomputadores mecânicos:
A maior prova da engenhosidade grega, o Mecanismo de Antikhytera é muitas vezes chamado de o primeiro computador. Quer dizer, é um computador analógico não-reprogramável, hoje em dia estaria mais próximo do que a gente chama de calculadora.
E para que ele serve? O Mecanismo tem a função de calcular intervalos de tempo: você gira uma manivela que aciona o ponteiro dos anos, e ele ajusta sozinho os outros ponteiros, que são muitos. Ele calcula o mês, a fase da Lua, a posição dos planetas, os eclipses mais próximos, a data da Olimpíada, a constelação do Zodíaco e assim por diante.
Todos esses cálculos são baseados em engrenagens dentadas. Se você tem uma engrenagem com x dentes ligadas a outra com y dentes, a segunda vai rodar com velocidade angular igual a x/y da original. Então você só precisa saber a razão entre a duração de um mês e um ano para fazer um ponteiro que indica o mês.
Mas os gregos eram realmente espertos, e sabiam que algumas relações você não consegue fazer só com razões. A posição da Lua, por exemplo. Eles sabiam que a Lua anda mais devagar em alguns trechos que em outros (por causa do que hoje conhecemos como segunda Lei de Kepler), e, para simular esse efeito, eles fazem uma das engrenagens não ter o centro fixo, assim ela tem velocidade angular variável com a posição.
E como sabemos tanto sobre ela, dado que só temos pedaços de um exemplar que foi achado em um naufrágio? É que um dos pedaços era o manual!
Essa é a parte legal de visitar museus e ver essas coisas de perto, dá para prestar atenção nos detalhes!
O século XIX foi a época do Maxwell, Faraday, Tesla, Edison. A engenharia elétrica estava bombando! Mas, para fazer os circuitos funcionarem, você precisa saber resolver equações diferenciais bem complicadas. Essas contas eram resolvidas com tábuas de logaritmos que simplificavam bastante o processo. Mas quem criava as tábuas de logaritmos?
Em geral elas eram feitas por um batalhão de pessoas que calculavam logaritmos na mão, com seis ou sete dígitos significativos. É um trabalho repetitivo e propenso a erros. Hoje em dia nós sabemos que a melhor maneira de realizar cálculos repetitivos e propenso a erros é um computador, mas o primeiro a ter essa idéia foi o Babbage, em 1822. Nessa época ele conseguiu o financiamento para construir o Motor de Diferenças, que tem uma única finalidade: calcular polinômios. Assim ele teria como aproximar os logaritmos por séries de Taylor equivalentes.
Depois de sugar dinheiro do governo por vinte anos sem entregar nada, o financiamento foi cortado. (O governo percebeu que com aquela dinheirama toda dava para contratar gente o suficiente para calcular os polinômios e conferir as contas). Mas foi uma pena, porque o projeto do Babbage era sólido. Se tivesse sido terminado, nunca mais alguém precisaria fazer esse tipo de conta.
Mas será que o Babbage teria conseguido terminar, se não tivesse perdido o contrato? Em 1985, cientistas resolveram seguir o projeto original e montar um Motor de Diferenças de verdade. Eles descobriram que o projeto tinha pequenos erros, mas os erros eram tão bobos que certamente foram introduzidos de propósito, como forma de proteção contra cópia (a técnica de introduzir erros como proteção contra pirataria foi usada desde a Renascença, quem costumava fazer isso era o Leonardo da Vinci). Corrigindo os erros propositais, o Motor funciona! Atualmente tem duas réplicas em funcionamento, uma em Londres e outra na Califórnia.
Por dentro, o Motor de Diferenças também funciona com engrenagens como a Mecanismo de Antikhytera, mas com uma diferença fundamental. O Mecanismo codificava a informação como um ângulo da engrenagem, se você quisesse mais precisão, precisava aumentar fisicamente o tamanho da engrenagem. O Babbage queria precisões de sete dígitos significativos, aí esse método é inviável. A solução foi abandonar a codificação analógica e usar engrenagens digitais. Cada engrenagem marca um dígito de 0 a 9, e com sete engrenagens em sequência você codifica os sete dígitos desejados.
Duas engrenagens encaixadas implementam adição ou subtração (já que virando uma delas, a outra vira junto). Mas, se são engrenagens digitais, então falta um detalhe importante: o vai-um. Eu gravei o vídeo abaixo mostrando o carry propagando, garanto que é a coisa mais bonita que você vai ver hoje!
Sobre a história desse computador eu não preciso falar muito, já que ela foi transformada em um filme: O Jogo da Imitação (tem no Netflix). Eles precisaram transformar a história do Turing num romance heterossexual para ficar palatável para as massas, mas tá valendo, pelo menos agora as pessoas sabem quem foi o Turing.
A máquina que ele criou era conhecida entre eles como a Bomba. Ela tinha uma única função: quebrar o código de criptografia da máquina alemã Enigma, então para entender a Bomba você precisa entender o Enigma antes. As primeiras versões do Enigma era assim:
O coração do Enigma são os rotores (as engrenagens à esquerda, na foto). Ao longo do rotor está sequência alfabética misturada. Quando inserida no slot apropriado, o rotor faz uma cifra de permutação, obedecendo uma tabela como essa:
Ou seja, a letra A no original vira Z, a letra B vira P, e assim por diante. Quebrar esse código é fácil, qualquer criança esperta consegue. Mas o Enigma é mais seguro que isso. Ao invés de um único rotor, ele tem três rotores em sequência, e os três são diferentes: a letra A vira Z, depois no rotor seguinte você pega esse Z e vira F, depois no último o F pode virar Q. E, para complicar mais, cada vez que você aperta uma tecla o rotor gira, ou seja, dá um offset de uma letra no primeiro rotor. Quando o primeiro rotor gira por completo, induz o segundo a girar uma posição, e assim por diante.
Bastante complicado né? Mas isso não é seguro o suficiente em um contexto de guerra mundial. A senha desse sistema é a configuração inicial dos rotores. Você pode encaixar os rotores no slot em qualquer ordem (6 combinações), e iniciando em qualquer ângulo inicial (26^3 combinações). Isso dá um total de 105456 senhas possíveis. Ninguém consegue testar todas essas senhas em um dia. Mas, também, ninguém precisa testar sozinho! É só pegar 105456 soldados e mandar cada um testar uma senha diferente. Um deles vai acertar de primeira! (E 105 mil soldados não é muito, é só lembrar que no Maracanã cheio cabem 80 mil pessoas. 105 mil soldados é um Maracanã e meio só).
Por isso os alemães colocaram na frente da máquina uns plugues adicionais, que servem para permutar letras na entrada. Se você liga um plugue da posição A para a R, então a letra A vira R e a letra R vira A. Eles usavam em média uns dez plugues, então o número de senhas sobe de 105 mil para 100 bilhões. Parece uma solução esperta, mas isso, na verdade, foi uma burrice dos alemães! Desse jeito, é garantido que a letra A nunca vai virar A de novo. Então eles aumentaram o número de chaves, mas diminuíram o espaço de busca.
Agora já dá para entender a Bomba de Turing. A Bomba, na verdade, é um emulador de Enigma (o Turing sempre foi fã de emuladores, seu conceito de máquina universal é basicamente um emulador genérico). Ele tem todos os rotores iguais aos do Enigma, e um motor que gira os rotores em todas as posições possíveis, bem rapidamente. Atrás de cada rotor tem um contato elétrico: se você colocar uma palavra codificada de um lado, e uma palavra traduzida do outro, quando os rotores giraram na posição correta, dá o contato e ele avisa que achou a senha. E na prática ele não precisa girar todas as combinações possíveis. Se em alguma rotação tiver uma letra que foi mapeada nela mesma, você pode cortar a árvore de busca, porque essa senha com certeza está errada.
Então tudo que resta para quebrar o Enigma é achar um par de palavras, uma codificada, e sua correspondente não-codificada. Isso é o que hoje em dia chamamos de known-plaintext attack. Parece difícil, mas existiam vários truques para conseguir pares assim.
Um deles era baseado no tamanho da mensagem máxima dos alemães. Quando estourava o limite de tamanho, eles quebravam a mensagem em duas, e a segunda parte começava com "continuando, ...". Então, quando encontravam pacotes de várias mensagens longas, uma seguida da outra, certeza que uma delas começaria com "Fortsetzung".
Outra maneira era colocando minas explosivas no meio do mar. Os aliados colocavam as minas de um jeito fácil de encontrar, e em um lugar conhecido. Aí era só esperar os alemães acharem as minas. Quando eles achavam, transmitiam as coordenadas pelo rádio, então era só colocar as coordenadas da mina no computador, que eventualmente ele iria achar uma mensagem correspondente.
Quem viu o filme do Turing deve lembrar que no final eles jogam tudo numa fogueira. Isso aconteceu mesmo, quase tudo sobre o projeto foi destruído, e o que não foi era classificado como ultra-secreto. Só na década de 70 é que o mundo descobriu a existência das Bombas de Turing, e hoje em dia temos informação suficiente para recriar uma delas, como essa que está exposição no Bletchley Park.
Ainda tem mais computadores que eu conheci de perto, mas os outros ficam para a parte 2 :)
Sempre que eu estou viajando por aí, aproveito a oportunidade para visitar museus de ciência e conhecer esses grandes retrocomputadores do passado. Mas só ver de perto eu não acho tão legal, o que completa a experiência é entender como eles funcionam! Minha idéia original era falar sobre todos os retrocomputadores que já conheci, mas, como ficaria muito grande, vou começar só com os retrocomputadores mecânicos:
O Mecanismo de Antikhytera, 200-100 AC.
Museu Arqueológico Nacional, Atenas, GréciaA maior prova da engenhosidade grega, o Mecanismo de Antikhytera é muitas vezes chamado de o primeiro computador. Quer dizer, é um computador analógico não-reprogramável, hoje em dia estaria mais próximo do que a gente chama de calculadora.
E para que ele serve? O Mecanismo tem a função de calcular intervalos de tempo: você gira uma manivela que aciona o ponteiro dos anos, e ele ajusta sozinho os outros ponteiros, que são muitos. Ele calcula o mês, a fase da Lua, a posição dos planetas, os eclipses mais próximos, a data da Olimpíada, a constelação do Zodíaco e assim por diante.
Todos esses cálculos são baseados em engrenagens dentadas. Se você tem uma engrenagem com x dentes ligadas a outra com y dentes, a segunda vai rodar com velocidade angular igual a x/y da original. Então você só precisa saber a razão entre a duração de um mês e um ano para fazer um ponteiro que indica o mês.
Mas os gregos eram realmente espertos, e sabiam que algumas relações você não consegue fazer só com razões. A posição da Lua, por exemplo. Eles sabiam que a Lua anda mais devagar em alguns trechos que em outros (por causa do que hoje conhecemos como segunda Lei de Kepler), e, para simular esse efeito, eles fazem uma das engrenagens não ter o centro fixo, assim ela tem velocidade angular variável com a posição.
E como sabemos tanto sobre ela, dado que só temos pedaços de um exemplar que foi achado em um naufrágio? É que um dos pedaços era o manual!
Olhe as inscrições em grego
Essa é a parte legal de visitar museus e ver essas coisas de perto, dá para prestar atenção nos detalhes!
O Motor de Diferenças, 1822
Museu da História da Computação, Mountain View, USAO século XIX foi a época do Maxwell, Faraday, Tesla, Edison. A engenharia elétrica estava bombando! Mas, para fazer os circuitos funcionarem, você precisa saber resolver equações diferenciais bem complicadas. Essas contas eram resolvidas com tábuas de logaritmos que simplificavam bastante o processo. Mas quem criava as tábuas de logaritmos?
Em geral elas eram feitas por um batalhão de pessoas que calculavam logaritmos na mão, com seis ou sete dígitos significativos. É um trabalho repetitivo e propenso a erros. Hoje em dia nós sabemos que a melhor maneira de realizar cálculos repetitivos e propenso a erros é um computador, mas o primeiro a ter essa idéia foi o Babbage, em 1822. Nessa época ele conseguiu o financiamento para construir o Motor de Diferenças, que tem uma única finalidade: calcular polinômios. Assim ele teria como aproximar os logaritmos por séries de Taylor equivalentes.
Depois de sugar dinheiro do governo por vinte anos sem entregar nada, o financiamento foi cortado. (O governo percebeu que com aquela dinheirama toda dava para contratar gente o suficiente para calcular os polinômios e conferir as contas). Mas foi uma pena, porque o projeto do Babbage era sólido. Se tivesse sido terminado, nunca mais alguém precisaria fazer esse tipo de conta.
Mas será que o Babbage teria conseguido terminar, se não tivesse perdido o contrato? Em 1985, cientistas resolveram seguir o projeto original e montar um Motor de Diferenças de verdade. Eles descobriram que o projeto tinha pequenos erros, mas os erros eram tão bobos que certamente foram introduzidos de propósito, como forma de proteção contra cópia (a técnica de introduzir erros como proteção contra pirataria foi usada desde a Renascença, quem costumava fazer isso era o Leonardo da Vinci). Corrigindo os erros propositais, o Motor funciona! Atualmente tem duas réplicas em funcionamento, uma em Londres e outra na Califórnia.
Por dentro, o Motor de Diferenças também funciona com engrenagens como a Mecanismo de Antikhytera, mas com uma diferença fundamental. O Mecanismo codificava a informação como um ângulo da engrenagem, se você quisesse mais precisão, precisava aumentar fisicamente o tamanho da engrenagem. O Babbage queria precisões de sete dígitos significativos, aí esse método é inviável. A solução foi abandonar a codificação analógica e usar engrenagens digitais. Cada engrenagem marca um dígito de 0 a 9, e com sete engrenagens em sequência você codifica os sete dígitos desejados.
Duas engrenagens encaixadas implementam adição ou subtração (já que virando uma delas, a outra vira junto). Mas, se são engrenagens digitais, então falta um detalhe importante: o vai-um. Eu gravei o vídeo abaixo mostrando o carry propagando, garanto que é a coisa mais bonita que você vai ver hoje!
Propagação mecânica de carry
A Bomba de Turing, 1940
Bletchley Park, UKSobre a história desse computador eu não preciso falar muito, já que ela foi transformada em um filme: O Jogo da Imitação (tem no Netflix). Eles precisaram transformar a história do Turing num romance heterossexual para ficar palatável para as massas, mas tá valendo, pelo menos agora as pessoas sabem quem foi o Turing.
A máquina que ele criou era conhecida entre eles como a Bomba. Ela tinha uma única função: quebrar o código de criptografia da máquina alemã Enigma, então para entender a Bomba você precisa entender o Enigma antes. As primeiras versões do Enigma era assim:
O Enigma
O coração do Enigma são os rotores (as engrenagens à esquerda, na foto). Ao longo do rotor está sequência alfabética misturada. Quando inserida no slot apropriado, o rotor faz uma cifra de permutação, obedecendo uma tabela como essa:
Ou seja, a letra A no original vira Z, a letra B vira P, e assim por diante. Quebrar esse código é fácil, qualquer criança esperta consegue. Mas o Enigma é mais seguro que isso. Ao invés de um único rotor, ele tem três rotores em sequência, e os três são diferentes: a letra A vira Z, depois no rotor seguinte você pega esse Z e vira F, depois no último o F pode virar Q. E, para complicar mais, cada vez que você aperta uma tecla o rotor gira, ou seja, dá um offset de uma letra no primeiro rotor. Quando o primeiro rotor gira por completo, induz o segundo a girar uma posição, e assim por diante.
Bastante complicado né? Mas isso não é seguro o suficiente em um contexto de guerra mundial. A senha desse sistema é a configuração inicial dos rotores. Você pode encaixar os rotores no slot em qualquer ordem (6 combinações), e iniciando em qualquer ângulo inicial (26^3 combinações). Isso dá um total de 105456 senhas possíveis. Ninguém consegue testar todas essas senhas em um dia. Mas, também, ninguém precisa testar sozinho! É só pegar 105456 soldados e mandar cada um testar uma senha diferente. Um deles vai acertar de primeira! (E 105 mil soldados não é muito, é só lembrar que no Maracanã cheio cabem 80 mil pessoas. 105 mil soldados é um Maracanã e meio só).
Por isso os alemães colocaram na frente da máquina uns plugues adicionais, que servem para permutar letras na entrada. Se você liga um plugue da posição A para a R, então a letra A vira R e a letra R vira A. Eles usavam em média uns dez plugues, então o número de senhas sobe de 105 mil para 100 bilhões. Parece uma solução esperta, mas isso, na verdade, foi uma burrice dos alemães! Desse jeito, é garantido que a letra A nunca vai virar A de novo. Então eles aumentaram o número de chaves, mas diminuíram o espaço de busca.
Agora já dá para entender a Bomba de Turing. A Bomba, na verdade, é um emulador de Enigma (o Turing sempre foi fã de emuladores, seu conceito de máquina universal é basicamente um emulador genérico). Ele tem todos os rotores iguais aos do Enigma, e um motor que gira os rotores em todas as posições possíveis, bem rapidamente. Atrás de cada rotor tem um contato elétrico: se você colocar uma palavra codificada de um lado, e uma palavra traduzida do outro, quando os rotores giraram na posição correta, dá o contato e ele avisa que achou a senha. E na prática ele não precisa girar todas as combinações possíveis. Se em alguma rotação tiver uma letra que foi mapeada nela mesma, você pode cortar a árvore de busca, porque essa senha com certeza está errada.
Então tudo que resta para quebrar o Enigma é achar um par de palavras, uma codificada, e sua correspondente não-codificada. Isso é o que hoje em dia chamamos de known-plaintext attack. Parece difícil, mas existiam vários truques para conseguir pares assim.
Um deles era baseado no tamanho da mensagem máxima dos alemães. Quando estourava o limite de tamanho, eles quebravam a mensagem em duas, e a segunda parte começava com "continuando, ...". Então, quando encontravam pacotes de várias mensagens longas, uma seguida da outra, certeza que uma delas começaria com "Fortsetzung".
Outra maneira era colocando minas explosivas no meio do mar. Os aliados colocavam as minas de um jeito fácil de encontrar, e em um lugar conhecido. Aí era só esperar os alemães acharem as minas. Quando eles achavam, transmitiam as coordenadas pelo rádio, então era só colocar as coordenadas da mina no computador, que eventualmente ele iria achar uma mensagem correspondente.
Quem viu o filme do Turing deve lembrar que no final eles jogam tudo numa fogueira. Isso aconteceu mesmo, quase tudo sobre o projeto foi destruído, e o que não foi era classificado como ultra-secreto. Só na década de 70 é que o mundo descobriu a existência das Bombas de Turing, e hoje em dia temos informação suficiente para recriar uma delas, como essa que está exposição no Bletchley Park.
A Bomba de Turing por dentro
Ainda tem mais computadores que eu conheci de perto, mas os outros ficam para a parte 2 :)